domingo, 29 de março de 2015

Animado, Muricy diz estar pronto para lutar pelo Tricolor: "Morro atirando"

Treinador confirma que time terá alterações na partida desta quarta-feira, contra o San Lorenzo, pela Libertadores. Ganso é o mais ameaçado de perder a posição

Muricy Ramalho, São Paulo x Linense, Campeonato Paulista (Foto: Rubens Chiri/saopaulofc.net)


A semana não foi fácil para o técnico Muricy Ramalho no São Paulo. A derrota por 3 a 0 para o Palmeiras fez o treinador entregar o cargo, o que não foi aceito pelo vice-presidente de futebol, Ataíde Gil Guerreiro. Neste domingo, o treinador mostrou uma postura bem mais animada e garantiu estar pronto para lutar com todas as armas que tem para fazer o time reagir na temporada. Nem mesmo uma derrota na quarta-feira, diante do San Lorenzo, em jogo importante pela Libertadores, fará o treinador mudar de postura.

– Eu vou brigar até o fim, vou morrer atirando. Vou lutar para caramba. Já que resolvi aceitar o pedido (de não deixar a equipe), vou lutar. É um momento difícil do clube, tem muito torcedor que encontro na rua e fala para não desistir. Eu vou ficar até acharem que não devo ficar. Ou até eu achar, já estou numa idade que posso decidir sobre isso – afirmou o técnico, após a vitória sobre o Linense, por 3 a 0, pelo Campeonato Paulista, no Morumbi.

SAIBA MAIS

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Confira a partida lance a lance no Morumbi

Torcida ironiza Muricy em protesto

Muricy confirmou que o time terá mudanças para a partida de meio de semana. Paulo Henrique Ganso é o mais ameaçado de perder uma posição entre os titulares. Já Alan Kardec, que marcou duas vezes na partida deste domingo, pode ganhar uma oportunidade.

– Acho que o time se encaixa bem no esquema com duas linhas de quatro. Mexer radicalmente para o jogo de quarta é complicado, não há tempo. Mas é hora de mudança nas peças, é preciso reconhecer que, até agora, o que tentamos não funcionou – ressaltou.

Veja abaixo tudo que o treinador falou:

ENCONTROU RESPOSTAS?

– Jogo de hoje foi importante para os garotos, mas não serve de parâmetro porque o nível é outro na Libertadores. É bom para observar jogadores.

PROTESTO DA TORCIDA

– Protesto natural, o time não está jogando bem, não ganha clássicos. Se analisar os números, estamos bem nos dois torneios, mas não estamos mostrando um bom futebol.

JOGO DE QUARTA

– Em relação ao jogo de quarta, teremos dificuldades. Não é um jogo decisivo para nós, mas uma vitória nos deixa bem perto da classificação. Com respeito ao rival, vamos tentar ganhar lá.

CONFIANÇA NOS DIRIGENTES

– A cultura no Brasil é bem diferente em relação ao resto do mundo. Aqui estamos acostumados ao que acontece. É difícil ter uma solução. O técnico brasileiro está sempre pressionado. É muito difícil. No momento da derrota, você mostra o que é, precisa mostrar uma atitude mais forte. Já tive muita gente firme do meu lado, é por isso que fico muito tempo nos clubes. Isso é importante principalmente nas derrotas porque nas vitórias todo mundo quer dar tapinha nas suas costas. Futebol é coletivo, depende de muita gente para as coisas darem certo.

ÉTICA ENTRE OS TÉCNICOS

– Não existe isso. Existe muita gente boa e muita gente ruim. Nesse ano fui participar de um congresso com o Leão para falar sobre ética. É difícil, mas existe. Por isso, que quando saí daqui, nunca me manifestei, nunca fui ver um jogo do São Paulo. Dirigente precisa saber escolher o treinador pelo trabalho que ele faz. No meu caso, não sou muito preocupado com essas coisas. Se eu sentir que não estou legal no lugar, eu saio, que foi como fiz com o seu Juvenal em 2009. É o único clube que nunca faço contrato com multas. Até por isso, deixei tudo bem à vontade na quarta-feira. Nosso meio é complicado.

POSSÍVEIS MUDANÇAS

– Acho que o time se encontrou bem com duas linhas de quatro. Temos de respeitar bem as características do time. A gente só se recuperou no Brasileiro jogando dessa maneira. Quase não mudamos. Entrou só o Michel no lugar do Kaká. Às vezes não encaixa. Temos de mudar, seja o esquema, seja jogador, porque não está funcionando. Não serão mudanças radicais.

ATUAÇÃO DE KARDEC

– A gente sempre dá oportunidade ao Kardec. Já estava definido que o Pato jogaria o primeiro tempo e ele o segundo. Nunca podemos largar o Kardec porque ele marca gols, mesmo se sacrificando muito para o time. Boschilia está ganhando espaço no time, tem dinâmica de jogo, bate bem na bola. Jogos como os de hoje são importantes para isso para analisar jogadores. No computador você não perde. Quando entra o adversário, complica.

O QUE FALTA?

– A gente tem um problema de profundidade, falta rapidez na transição da defesa para o meio-campo. Por isso, insisto muito que um dos volantes e os meias precisam entrar na área. No primeiro tempo, não fizemos isso. Falei no intervalo que se isso não mudasse, não faríamos gols. O Thiago começou a entrar, cresceu. Jogos como esse sempre te dão a chance de fazer observações.

TIME NA QUARTA

– Ainda estou estudando qual a melhor maneira de atuar e todos tem oportunidade. Nosso pensamento é de mudança, o time não está dando resultado e precisa vir algo.

COMPORTAMENTO NO BANCO

– Quando você vai ficando mais velho, é preciso controlar porque aqui não é fácil. Tem hora que você precisa pegar um pouco mais pesado. Na quarta-feira, vou ter de intervir mais um pouco. É mais para desabafar mesmo. No estádio cheio, quem sofre é só o lateral ou ponta que joga pelo seu setor. Não falo para ofender ninguém.

POSSÍVEL DERROTA QUARTA

– Eu vou brigar até o fim, vou morrer atirando. Vou lutar para caramba. Já que resolvi aceitar o pedido, vou lutar. É um momento difícil do clube, tem muito torcedor que você encontra na rua e fala para ficar, para trabalhar que as coisas vão melhorar. Vou ficar até eles acharem ou eu achar que não dá mais”.

PATO E KARDEC JUNTOS?

– É possível. Os dois combinam. Um é segundo atacante. Uma possibilidade seria usar apenas um atacante. Mas deixar só o Pato faria o time ficar sem profundidade. O Kardec é artilheiro, peço para ele sempre entrar na área. Se a gente for lá só para se defender, não aguenta pressão. Uma vitória vai nos deixar perto da classificação, vamos arriscar lá.

QUARTA É DECISÃO

– Sim, se ganharmos ficaremos perto da classificação. Se perdemos, ainda teremos chances. Mas é quarta que vale, é quarta que temos de buscar.

DEMISSÃO SE NÃO GANHAR A LIBERTADORES

– Não sei, na hora a gente vê. Antigamente ficava preocupado, hoje posso pensar lá na frente (risos).



Globo Esporte

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