Danubio 1×2 São Paulo
A vitória foi dramática e importante.
O futebol fraco do time tornou difícil o jogo que poderia ter sido simples.
Pareceu até que não houve nenhuma preparação específica para enfrentar o Danubio.
Fez quase tudo que convinha taticamente aos uruguaios.
Por isso nem tentou aproveitar os limites técnicos do deles, perdeu o meio de campo, precisou fazer várias faltas que permitiram ao adversário cruzar e chutar em gol, e apresentou repertório ofensivo pobre, quase desprovido de velocidade pelos lados e com pequena presença de atletas na área do goleiro Torgnascioli.
Na parte individual a maioria dos que podem fazer algo interessante não rendeu.
Rogério Ceni falhou no gol do Danubio.
A exceção foi Michel Bastos, de novo o mais regular e eficaz.
Fundamental: do meio de campo para trás, não faltou raça.
Este clichê realmente explica parte dos problemas do time na temporada, mas pouco serve para elucidar as enormes dificuldades no jogo em Montevidéu.
Desconfio que a nação são-paulina ficou aliviada pelo resultado e frustrada ou irritada com o desempenho de seus representantes em campo.
Foi pior que em ambos os jogos contra o San Lorenzo.
Como queria o Danubio
Paulo Miranda na lateral e Reinaldo priorizando os desarmes..
Hudson, Souza e Rodrigo Caio no meio de campo, juntos de Michel Bastos com enorme preocupação, por ordem do treinador interino, de marcar do lado.
Tudo isso para deixar Ganso, livre, na criação, e Pato como centroavante.
Tudo isso diante de um time cheio de desfalques, tecnicamente inferior, que jogou de maneira franca para buscar os gols no estádio com público pequeno.
Não ha como negar que o treinador interino teve muito receio da agremiação com muito menos tradição e potencial que o São Paulo.
A proposta cautelosa e a falta de velocidade pelos lados, frutos da crise e da escolha errada de titulares, foram ótimas para os uruguaios.
A autoflagelação do São Paulo
O trio de zaga formado por Ricca, C. Gonzáles e Pereyra cuidou de Pato, o único atacante.
Formiliano, zagueiro que atuou em frente a eles, ficou de olho em Ganso.
A dupla de atletas mais avançados do favorito precisou encarar o quarteto de defensores.
Com apenas Pato e Ganso adiantados, além de poucas opções na criação, a equipe de Milton Cruz marcou mal a saída de jogo.
Tinha que apertar na frente porque o Danubio tem vários jogadores com passe ruim,
Mas nem tentou isso e transição do eliminado ao ataque foi tranquila.
Quando uma equipe consegue ganhar o duelo no meio de campo, a outra é obrigada a tentar retomar a bola e a maioria forma duas linhas com quatro atletas.
Michel Bastos, de longe o melhor do time mais uma vez, precisou marcar o ala Gravi, e Hudson, na direita, fez isso com Sosa, que explorou a ala e a meia.
Rodrigo Caio e Souza se desdobraram, pois o volante Milesi apoiou e Ignácio Gonzáles se mexeu pelo campo para exercer a função de meia ou de atacante pelos lados.
Castro, atacante de origem, e Fornalori, o centroavante, ficaram na frente.
O Danubio, com todos seus limites individuais, tinha alas para os lances rápidos pelos lados, o meia que procurou lacunas e participou constantemente do jogo, e mais de um jogador na área para aproveitar os cruzamentos.
Fez o beabá tático adaptado á forma de o adversário atuar.
O São Paulo ficou dependente dos contra-ataques no 1° tempo.
Jogou muito mal, apesar de ter duas oportunidades.
Cinco minutos após o intervalo, Sosa, de longe, chutou forte, no meio de gol, e Rogério Ceni falhou ao não espalmar.
Foi um arremate muito difícil para qualquer goleiro segurar e simples para espalmar.
Foi só aumentar a quantidade de jogadores na frente
Bateu o desespero no técnico interino após tomar o gol.
Sorte do São Paulo.
Como a articulação, com a bola na grama, foi péssima, era necessário ter mais gente na área para aproveitar os cruzamentos e testar a frágil zaga do rival.
Ele trocou Rodrigo Caio por Luis Fabiano.
Com o veterano e Pato lá, Michel Bastos cruzou, a zaga do Danubio se confundiu, e o jogador emprestado, livre, igualou o resultado.
Depois, Paulo Miranda saiu, Centurion entrou e Hudson foi para a lateral.
O volante apoia melhor que o companheiro e o time passou a contar com opções para os cruzamentos de ambos os lados.
O argentino podia driblar, atuar na beira do gramado e ser mais um na área.
Michel Bastos levantou a bola ali e o gringo, nos acréscimos, de cabeça, garantiu a vitória.
De novo a zaga do Danubio falhou na marcação.
Obviedades
Foi possível notar que:
Se marcasse a saída de jogo, não perderia o meio de campo.
Se não perdesse o meio de campo teria mais posse de bola na frente e haveria mais jogadores no campo de ataque.
Isso permitira que mais gente entrasse na área, até os volantes poderiam surpreender lá (Rodrigo Caio e Souza são úteis nisso se conseguirem ir e voltar), forçaria outros erros dos uruguaios, criaria mais oportunidades, provavelmente teria feito outros gols e vencido de maneira menos tensa.

Tanta cautela pode ser eficaz, mas não contra agremiações muito mais fracas.
Michel Bastos, tirante exceções, é quem melhor chuta e cruza, por isso a tática do time deve ajudá-lo a frequentar mais as regiões do gramado nas quais pode colocar as virtudes em prática.
Com esse futebol, a eliminação na Libertadores, seja na fase de grupos ou no mata-mata, é inevitável.
A esperança do torcedor se baseia na hipótese de o time evoluir, algo possível porque o elenco tem qualidade superior ao desempenho durante os 90 minutos da maioria dos confrontos e que exigirá diversos tipos de acertos coletivos e individuais.
Ficha do jogo
Danubio – Torgnascioli; Pereira, Ricca e Cristian González; Milesi (Viana), Formiliano (Ghan), Ignacio Gonzalez e Sosa; Matías Castro (Silveira) e Fornaroli
Técnico: Leonardo Ramos
São Paulo – Rogério Ceni; Paulo Miranda (Centurión), Rafael Toloi, Dória e Reinaldo; Rodrigo Caio (Luis Fabiano), Hudson, Souza e Michel Bastos; Paulo Henrique Ganso (Lucão); Alexandre Pato
Técnico: Milton Cruz
Árbitro: Jose Argote (Venezuela) – Assistentes: Carlos López e Luis Murillo
Blog do Birner
A vitória foi dramática e importante.
O futebol fraco do time tornou difícil o jogo que poderia ter sido simples.
Pareceu até que não houve nenhuma preparação específica para enfrentar o Danubio.
Fez quase tudo que convinha taticamente aos uruguaios.
Por isso nem tentou aproveitar os limites técnicos do deles, perdeu o meio de campo, precisou fazer várias faltas que permitiram ao adversário cruzar e chutar em gol, e apresentou repertório ofensivo pobre, quase desprovido de velocidade pelos lados e com pequena presença de atletas na área do goleiro Torgnascioli.
Na parte individual a maioria dos que podem fazer algo interessante não rendeu.
Rogério Ceni falhou no gol do Danubio.
A exceção foi Michel Bastos, de novo o mais regular e eficaz.
Fundamental: do meio de campo para trás, não faltou raça.
Este clichê realmente explica parte dos problemas do time na temporada, mas pouco serve para elucidar as enormes dificuldades no jogo em Montevidéu.
Desconfio que a nação são-paulina ficou aliviada pelo resultado e frustrada ou irritada com o desempenho de seus representantes em campo.
Foi pior que em ambos os jogos contra o San Lorenzo.
Como queria o Danubio
Paulo Miranda na lateral e Reinaldo priorizando os desarmes..
Hudson, Souza e Rodrigo Caio no meio de campo, juntos de Michel Bastos com enorme preocupação, por ordem do treinador interino, de marcar do lado.
Tudo isso para deixar Ganso, livre, na criação, e Pato como centroavante.
Tudo isso diante de um time cheio de desfalques, tecnicamente inferior, que jogou de maneira franca para buscar os gols no estádio com público pequeno.
Não ha como negar que o treinador interino teve muito receio da agremiação com muito menos tradição e potencial que o São Paulo.
A proposta cautelosa e a falta de velocidade pelos lados, frutos da crise e da escolha errada de titulares, foram ótimas para os uruguaios.
A autoflagelação do São Paulo
O trio de zaga formado por Ricca, C. Gonzáles e Pereyra cuidou de Pato, o único atacante.
Formiliano, zagueiro que atuou em frente a eles, ficou de olho em Ganso.
A dupla de atletas mais avançados do favorito precisou encarar o quarteto de defensores.
Com apenas Pato e Ganso adiantados, além de poucas opções na criação, a equipe de Milton Cruz marcou mal a saída de jogo.
Tinha que apertar na frente porque o Danubio tem vários jogadores com passe ruim,
Mas nem tentou isso e transição do eliminado ao ataque foi tranquila.
Quando uma equipe consegue ganhar o duelo no meio de campo, a outra é obrigada a tentar retomar a bola e a maioria forma duas linhas com quatro atletas.
Michel Bastos, de longe o melhor do time mais uma vez, precisou marcar o ala Gravi, e Hudson, na direita, fez isso com Sosa, que explorou a ala e a meia.
Rodrigo Caio e Souza se desdobraram, pois o volante Milesi apoiou e Ignácio Gonzáles se mexeu pelo campo para exercer a função de meia ou de atacante pelos lados.
Castro, atacante de origem, e Fornalori, o centroavante, ficaram na frente.
O Danubio, com todos seus limites individuais, tinha alas para os lances rápidos pelos lados, o meia que procurou lacunas e participou constantemente do jogo, e mais de um jogador na área para aproveitar os cruzamentos.
Fez o beabá tático adaptado á forma de o adversário atuar.
O São Paulo ficou dependente dos contra-ataques no 1° tempo.
Jogou muito mal, apesar de ter duas oportunidades.
Cinco minutos após o intervalo, Sosa, de longe, chutou forte, no meio de gol, e Rogério Ceni falhou ao não espalmar.
Foi um arremate muito difícil para qualquer goleiro segurar e simples para espalmar.
Foi só aumentar a quantidade de jogadores na frente
Bateu o desespero no técnico interino após tomar o gol.
Sorte do São Paulo.
Como a articulação, com a bola na grama, foi péssima, era necessário ter mais gente na área para aproveitar os cruzamentos e testar a frágil zaga do rival.
Ele trocou Rodrigo Caio por Luis Fabiano.
Com o veterano e Pato lá, Michel Bastos cruzou, a zaga do Danubio se confundiu, e o jogador emprestado, livre, igualou o resultado.
Depois, Paulo Miranda saiu, Centurion entrou e Hudson foi para a lateral.
O volante apoia melhor que o companheiro e o time passou a contar com opções para os cruzamentos de ambos os lados.
O argentino podia driblar, atuar na beira do gramado e ser mais um na área.
Michel Bastos levantou a bola ali e o gringo, nos acréscimos, de cabeça, garantiu a vitória.
De novo a zaga do Danubio falhou na marcação.
Obviedades
Foi possível notar que:
Se marcasse a saída de jogo, não perderia o meio de campo.
Se não perdesse o meio de campo teria mais posse de bola na frente e haveria mais jogadores no campo de ataque.
Isso permitira que mais gente entrasse na área, até os volantes poderiam surpreender lá (Rodrigo Caio e Souza são úteis nisso se conseguirem ir e voltar), forçaria outros erros dos uruguaios, criaria mais oportunidades, provavelmente teria feito outros gols e vencido de maneira menos tensa.
Tanta cautela pode ser eficaz, mas não contra agremiações muito mais fracas.
Michel Bastos, tirante exceções, é quem melhor chuta e cruza, por isso a tática do time deve ajudá-lo a frequentar mais as regiões do gramado nas quais pode colocar as virtudes em prática.
Com esse futebol, a eliminação na Libertadores, seja na fase de grupos ou no mata-mata, é inevitável.
A esperança do torcedor se baseia na hipótese de o time evoluir, algo possível porque o elenco tem qualidade superior ao desempenho durante os 90 minutos da maioria dos confrontos e que exigirá diversos tipos de acertos coletivos e individuais.
Ficha do jogo
Danubio – Torgnascioli; Pereira, Ricca e Cristian González; Milesi (Viana), Formiliano (Ghan), Ignacio Gonzalez e Sosa; Matías Castro (Silveira) e Fornaroli
Técnico: Leonardo Ramos
São Paulo – Rogério Ceni; Paulo Miranda (Centurión), Rafael Toloi, Dória e Reinaldo; Rodrigo Caio (Luis Fabiano), Hudson, Souza e Michel Bastos; Paulo Henrique Ganso (Lucão); Alexandre Pato
Técnico: Milton Cruz
Árbitro: Jose Argote (Venezuela) – Assistentes: Carlos López e Luis Murillo
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