quarta-feira, 6 de abril de 2016

Kelvin se surpreende com carinho no São Paulo após sair do Palmeiras

"Fico feliz. Não esperava porque saí de um clube rival. Uns gostam e outros ficam com pé atrás. Foi arrepiante ouvir a torcida gritar meu nome", diz atacante


Kelvin recebeu a primeira ovação da torcida do São Paulo menos de quatro meses após sair do rival Palmeiras. O gol e a boa atuação na goleada por 6 a 0 sobre o Trujillanos, terça-feira à noite, no Morumbi, pela Taça Libertadores, proporcionaram a ele a experiência de ter o nome gritado pela maioria dos 18.561 tricolores no estádio. O fato aconteceu após a substituição por Lucas Fernandes, aos 22 minutos do segundo tempo.
– Eu saí do Palmeiras pela porta da frente. Fui campeão lá. Hoje os palmeirenses me encontram e brincam. Não tem ódio por mim. Uns elogiam muito, mas tem sempre uma meia dúzia que xinga, porque não sabe o que acontece no futebol. Isso é tranquilo. A torcida do São Paulo me acolheu. Fico feliz por isso. Ontem (terça-feira) foi arrepiante ouvir a torcida gritar meu nome quando eu saí – afirmou, em entrevista nesta quarta-feira, dia de folga do elenco, no CT da Barra Funda.
Entre críticas e elogios recebidos em abordagens de palmeirenses na rua, o próprio jogador se disse surpreso pela rápida identificação com o São Paulo. No rival, ele fez 23 jogos, um gol e participou da conquista da Copa do Brasil. Agora, soma duas bolas na rede em sete jogos com a camisa do Tricolor.
– Não esperava porque saí de um clube rival do São Paulo. Uns gostam e outros ficam com o pé atrás, mas fico feliz. Desde o momento em que entrei estou 100% concentrado no São Paulo. É mais do que obrigação fazer a nossa parte dentro de campo, com vitórias e gols, mas quando a torcida reconhece ficamos ainda mais felizes. Traz mais confiança – disse.  
Kelvin São Paulo Trujillanos Libertadores (Foto: Marcos Ribolli)
 A torcida do São Paulo me acolheu. Fico feliz por isso. Ontem (terça-feira) foi arrepiante ouvir a torcida gritar meu nome quando eu saí
Kelvin, sobre o apoio da torcida do São Paulo contra o Trujillanos
 Assim como Wesley e Alan Kardec, Kelvin foi mais um a "pular" o muro do CT do Palmeiras para o do São Paulo, rivais vizinhos na Barra Funda, zona Oeste da capital paulista. Mas o atacante não sabia disso até o dia em que voltou de Portugal, onde foi se reapresentar ao Porto, para esvaziar seu apartamento no Brasil. Uma ligação telefônica sobre o interesse do Tricolor lhe poupou o trabalho da mudança e ele manteve a rotina. Só trocou o portão de entrada do CT verde pelo vermelho, preto e branco.
Agora titular no esquema 4-2-3-1 do técnico Edgardo Bauza aberto pela direita, Kelvin espera corresponder para não perder a vaga como Daniel e Centurión, testados no setor. Além das cobranças da torcida e no clube, ele convive com as críticas do pai Valdeci, da mãe Maria Lúcia e da irmã Fabiana para fazer mais gols. O conselho dos familiares veio à cabeça no momento em que completou o cruzamento de Mena contra o Trujillanos.
Confira outros trechos da entrevista com Kelvin:
Globoesporte.com: Como está se sentindo nessa adaptação ao São Paulo?
Está sendo uma adaptação rápida. Cheguei depois de todos e fico feliz por ter oportunidades agora. No começo não tive tantas. Fui convocado no primeiro jogo contra o Corinthians (derrota por 2 a 0). Entrei e infelizmente não tivemos um bom resultado. Depois não tive sequência no trabalho, mas também não estava preparado. O treinador foi bem nisso, porque me deu um tempo a mais para me adaptar ao clube, ao grupo e agora me sinto adaptado ao São Paulo. As boas atuações vêm demonstrando isso. Ajudam a me firmar.
Você define o drible como sua principal característica de jogo?
Sempre foi meu estilo de jogo: ir para cima sempre. Aprendi muito quando saí do Brasil a parte da marcação. Antes eu não marcava ninguém. Jogava do meio para frente. Tive de aprender isso. Foi uma evolução boa. Hoje o professor Bauza pode contar comigo nesse aspecto também da marcação.
Kelvin São Paulo (Foto: Marcelo Hazan)
Qual a orientação do Bauza para você?
Ele gosta que fique bem aberto para quando surgir a oportunidade ir para cima. Esse é meu estilo de jogo. Gosto disso, então caiu certinho, mas não posso deixar de trabalhar. Preciso continuar nessa pegada para me firmar nessa posição.
Acha que ganhou a vaga de titular depois do jogo contra o Trujillanos?
Nosso time não tem titular. Todos tiveram oportunidades. Estou tentando agarrar a minha. O treinador vai colocar quem estiver melhor na posição. Passaram Rogério, Centurión, Wesley e Carlinhos, jogadores que estão lesionados. Ganhei a chance e quero estar presente.
Qual a diferença de jogar no São Paulo e no Palmeiras?
O Palmeiras é uma coisa e o São Paulo é outra. O Palmeiras faz parte do meu passado. Eu respeito, mas só penso no São Paulo. É uma pressão diferente. Nunca tinha jogado Libertadores na minha vida e pude fazer um gol. Já vi que a torcida do São Paulo é apaixonada. Não era o público esperado por todos na Libertadores, porque o São Paulo sempre teve públicos maiores, mas as 18 mil pessoas que estavam lá fizeram um barulho enorme que nos trouxe força.

GLOBO ESPORTE

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