quarta-feira, 6 de abril de 2016

Kelvin se surpreende com carinho no São Paulo após sair do Palmeiras

"Fico feliz. Não esperava porque saí de um clube rival. Uns gostam e outros ficam com pé atrás. Foi arrepiante ouvir a torcida gritar meu nome", diz atacante


Kelvin recebeu a primeira ovação da torcida do São Paulo menos de quatro meses após sair do rival Palmeiras. O gol e a boa atuação na goleada por 6 a 0 sobre o Trujillanos, terça-feira à noite, no Morumbi, pela Taça Libertadores, proporcionaram a ele a experiência de ter o nome gritado pela maioria dos 18.561 tricolores no estádio. O fato aconteceu após a substituição por Lucas Fernandes, aos 22 minutos do segundo tempo.
– Eu saí do Palmeiras pela porta da frente. Fui campeão lá. Hoje os palmeirenses me encontram e brincam. Não tem ódio por mim. Uns elogiam muito, mas tem sempre uma meia dúzia que xinga, porque não sabe o que acontece no futebol. Isso é tranquilo. A torcida do São Paulo me acolheu. Fico feliz por isso. Ontem (terça-feira) foi arrepiante ouvir a torcida gritar meu nome quando eu saí – afirmou, em entrevista nesta quarta-feira, dia de folga do elenco, no CT da Barra Funda.
Entre críticas e elogios recebidos em abordagens de palmeirenses na rua, o próprio jogador se disse surpreso pela rápida identificação com o São Paulo. No rival, ele fez 23 jogos, um gol e participou da conquista da Copa do Brasil. Agora, soma duas bolas na rede em sete jogos com a camisa do Tricolor.
– Não esperava porque saí de um clube rival do São Paulo. Uns gostam e outros ficam com o pé atrás, mas fico feliz. Desde o momento em que entrei estou 100% concentrado no São Paulo. É mais do que obrigação fazer a nossa parte dentro de campo, com vitórias e gols, mas quando a torcida reconhece ficamos ainda mais felizes. Traz mais confiança – disse.  
Kelvin São Paulo Trujillanos Libertadores (Foto: Marcos Ribolli)
 A torcida do São Paulo me acolheu. Fico feliz por isso. Ontem (terça-feira) foi arrepiante ouvir a torcida gritar meu nome quando eu saí
Kelvin, sobre o apoio da torcida do São Paulo contra o Trujillanos
 Assim como Wesley e Alan Kardec, Kelvin foi mais um a "pular" o muro do CT do Palmeiras para o do São Paulo, rivais vizinhos na Barra Funda, zona Oeste da capital paulista. Mas o atacante não sabia disso até o dia em que voltou de Portugal, onde foi se reapresentar ao Porto, para esvaziar seu apartamento no Brasil. Uma ligação telefônica sobre o interesse do Tricolor lhe poupou o trabalho da mudança e ele manteve a rotina. Só trocou o portão de entrada do CT verde pelo vermelho, preto e branco.
Agora titular no esquema 4-2-3-1 do técnico Edgardo Bauza aberto pela direita, Kelvin espera corresponder para não perder a vaga como Daniel e Centurión, testados no setor. Além das cobranças da torcida e no clube, ele convive com as críticas do pai Valdeci, da mãe Maria Lúcia e da irmã Fabiana para fazer mais gols. O conselho dos familiares veio à cabeça no momento em que completou o cruzamento de Mena contra o Trujillanos.
Confira outros trechos da entrevista com Kelvin:
Globoesporte.com: Como está se sentindo nessa adaptação ao São Paulo?
Está sendo uma adaptação rápida. Cheguei depois de todos e fico feliz por ter oportunidades agora. No começo não tive tantas. Fui convocado no primeiro jogo contra o Corinthians (derrota por 2 a 0). Entrei e infelizmente não tivemos um bom resultado. Depois não tive sequência no trabalho, mas também não estava preparado. O treinador foi bem nisso, porque me deu um tempo a mais para me adaptar ao clube, ao grupo e agora me sinto adaptado ao São Paulo. As boas atuações vêm demonstrando isso. Ajudam a me firmar.
Você define o drible como sua principal característica de jogo?
Sempre foi meu estilo de jogo: ir para cima sempre. Aprendi muito quando saí do Brasil a parte da marcação. Antes eu não marcava ninguém. Jogava do meio para frente. Tive de aprender isso. Foi uma evolução boa. Hoje o professor Bauza pode contar comigo nesse aspecto também da marcação.
Kelvin São Paulo (Foto: Marcelo Hazan)
Qual a orientação do Bauza para você?
Ele gosta que fique bem aberto para quando surgir a oportunidade ir para cima. Esse é meu estilo de jogo. Gosto disso, então caiu certinho, mas não posso deixar de trabalhar. Preciso continuar nessa pegada para me firmar nessa posição.
Acha que ganhou a vaga de titular depois do jogo contra o Trujillanos?
Nosso time não tem titular. Todos tiveram oportunidades. Estou tentando agarrar a minha. O treinador vai colocar quem estiver melhor na posição. Passaram Rogério, Centurión, Wesley e Carlinhos, jogadores que estão lesionados. Ganhei a chance e quero estar presente.
Qual a diferença de jogar no São Paulo e no Palmeiras?
O Palmeiras é uma coisa e o São Paulo é outra. O Palmeiras faz parte do meu passado. Eu respeito, mas só penso no São Paulo. É uma pressão diferente. Nunca tinha jogado Libertadores na minha vida e pude fazer um gol. Já vi que a torcida do São Paulo é apaixonada. Não era o público esperado por todos na Libertadores, porque o São Paulo sempre teve públicos maiores, mas as 18 mil pessoas que estavam lá fizeram um barulho enorme que nos trouxe força.

GLOBO ESPORTE

No São Paulo de Bauza, os volantes surgem na área, chutam e fazem gols

Hudson no sábado, João Schmidt na terça-feira, Thiago Mendes com arrancadas... Participação de marcadores na frente ajuda ataque do São Paulo a tentar deslanchar


É verdade que o São Paulo de Edgardo Bauza oscila, apresenta problemas táticos e técnicos, e, apesar da vitória por 6 a 0 sobre o fragil Trujillanos, da Venezuela, ainda não se mostrou um time confiável. Mas é preciso destacar uma mudança importante. Sob o comando do argentino, os volantes do time não se limitam a marcar e a trocar passes de lado. Eles jogam, participam da criação ofensiva, entram na área, e agora começaram a fazer gols.
As atuações de Hudson, João Schmidt e Thiago Mendes consolidam uma mudança que teve início, na verdade, no ano passado. Souza fez gols consecutivos com o técnico colombiano Juan Carlos Osorio, mas sua venda para o Fenerbahçe, da Turquia, freou a mudança. Até então, os volantes tricolores eram meras figuras defensivas, que pouco se integravam ao quarteto quase sempre estelar do ataque – teve recentemente Ganso, Luis Fabiano, Pato, Kaká, Alan Kardec, Michel Bastos, entre outros.
No fim do ano passado, Milton Cruz – demitido do clube há duas semanas – treinou o time interinamente, e Thiago Mendes cresceu ofensivamente. Gols e boas jogadas de transição fizeram dele o melhor jogador do clube na reta final da temporada.
Thiago começou 2016 num ritmo parecido, fez o primeiro gol do ano, no amistoso contra o Cerro Porteño (veja abaixo), mas caiu de produção. Essa queda não tirou o padrão do São Paulo de Bauza: sejam quem forem os volantes, eles surgem com frequência na área adversária para finalizar.
Ganso João Schmidt São Paulo Trujillanos Libertadores (Foto: Marcos Ribolli)
Contra o Trujillanos, João Schmidt ganhou a vaga de Thiago Mendes e fez seu primeiro gol como profissional, após bela triangulação pela esquerda (veja os seis gols do São Paulo no vídeo abaixo). Em lance de construção bem semelhante, Hudson quase marcou um golaço de voleio, também de dentro da área. No último sábado, ele fez o gol de empate contra o Oeste no Morumbi – o Tricolor venceu por 2 a 1, de virada.
– Podemos sempre chegar como elemento surpresa. O Bauza vem pedindo, então estamos treinando bastante isso – explicou o jovem volante João Schmidt.  
O próprio Thiago Mendes entrou no segundo tempo e teve duas chances de fazer o gol, em arrancadas que estavam raras no repertório do jogador. Não se sabe qual será a dupla titular do Patón  nos próximos jogos, mas a tendência é que Schmidt seja mantido.
– O João já vinha fazendo boas partidas, tem grande volume de jogo, domínio de bola, boa definição, altura. É que, em geral, jogamos com Hudson e Thiago Mendes, mas ele estava esperando uma oportunidade e fez boa partida. É um jogador muito versátil e útil – elogiou o técnico.
– É uma disputa sadia que o time precisa ter. Todos os volantes do elenco do São Paulo têm condições de jogar. É preciso ter uma sequência para ganhar confiança, eu tive essas oportunidades, acho que fiz boas partidas – acrescentou João Schmidt. 
Em 2016, os volantes do São Paulo só não finalizam mais do que os três principais jogadores ofensivos do time: Calleri, Paulo Henrique Ganso e Michel Bastos. A maioria dos chutes vinha sendo errado, mas nos últimos dois jogos a bola entrou. Essencial para que o ataque tricolor, finalmente, deslanche na temporada.
GLOBO ESPORTE



Michel Bastos e torcida do São Paulo selam paz: "Espero só coisas boas"

Assistência e boa atuação do meia na goleada por 6 a 0 sobre Trujillanos geram gritos de incentivo e coro com nome do jogador, antes alvo de vaias e protestos


A noite de recordes do São Paulo com a histórica goleada por 6 a 0 sobre o Trujillanos, quarta-feira, pela Taça Libertadores, serviu para Michel Bastos e a torcida selarem a paz. Alvo de críticas e protestos, o meia teve o nome gritado pela torcida no Morumbi. Durante o jogo, deu passe para o primeiro gol de Calleri (autor de quatro bolas na rede) e formou dupla interessante com Mena pelo lado esquerdo, setor em que o Tricolor teve liberdade.
Na última segunda-feira, em entrevista ao "Globo Esporte", da TV Globo, o jogador creditou aogesto de "silêncio" para a torcida em outubro de 2015, do qual se arrependeu, parte das críticas recebidas agora. Na saída do Morumbi, após a vitória sobre o Trujillanos, ele parecia aliviado.
– É o que espero (fim das críticas). Sempre soube que o que vinha acontecendo era por parte de uma minoria da torcida, mas mesmo assim me deixou chateado. Sabia e sei que o único modo para mudar a situação é dentro de campo. É dando o melhor e sendo decisivo. Vou procurar isso para a torcida parar de me vaiar e gritar o meu nome, como fez. O que me deixou chateado fora ataques pessoais, como alguns protestos com garrafa de cerveja e me colocando como "migué", coisa que nunca fui. Escutar coisas que não são verdadeiras e ver seu filho perguntar se aquilo que falavam era verdade machuca, mas a partir de agora espero só coisas boas – disse.
Michel Bastos São Paulo (Foto: Marcos Ribolli)
Com a goleada sobre o Trujillanos, o São Paulo assumiu provisoriamente a segunda posição do Grupo 1, mas a colocação pode mudar após o jogo desta quarta-feira, entre River Plate e The Strongest.
Antes de encarar o River Plate, na próxima quarta-feira, novamente no Morumbi, o Tricolor enfrentará o São Bento, domingo, pela última rodada da primeira fase do Paulistão, jogo que definirá o mando de campo para as quartas de final. Por isso, o técnico Edgardo Bauza anunciou que não vai repetir o mesmo time.
– Não sei como o professor vai fazer (no Paulistão), porque temos um jogo importante que pode decidir muita coisa – afirmou Michel.
Nesta quarta-feira, o elenco do São Paulo ganhou folga depois da goleada e retomará os trabalhos no CT da Barra Funda na quinta-feira pela manhã.

GLOBO ESPORTE


Sofrer pênalti, cair e levantar: Rizek elogia raça de Calleri em goleada

São Paulo venceu a primeira na fase de grupos da Libertadores, ao fazer 6 a 0
no Trujillanos, da Venezuela, no Morumbi, com quatro gols do atacante argentino


Com quatro gols de Calleri, o São Paulo goleou o Trujillanos, da Venezuela, por 6 a 0 e conseguiu sua primeira vitória na fase de grupos da Libertadores. O argentino se tornou o artilheiro da competição até agora, com cinco gols, e o apresentador do "Redação SporTV",André Rizek, elogiou a garra do centroavante.
No lance do quinto gol tricolor, Calleri foi derrubado pelo goleiro Pérez dentro da área. O árbitro marcou a penalidade, mas o atacante já tinha se levantado para ir atrás da bola. Na opinião de Rizek, o argentino poderia ser inspiração para os colegas, e citou um lance de Ganso, que caiu na área, em dividida aos 17 minutos do segundo tempo.
Calleri São Paulo Trujillanos Libertadores (Foto: Marcos Ribolli)

- De novo, o Calleri mostra uma diferença entre o jogador argentino e o brasileiro, na hora de chegar na área e sofrer um choque. O Calleri sofre um pênalti e continua tentando a jogada. O Ganso sofre um encontrão, que nem falta foi, e desaba na área. Dava para o Ganso ter ficado em pé. É uma diferença muito clara entre o argentino e o brasileiro nesse momento. O Calleri sofre o pênalti e levanta indo atrás da bola. Ele não levanta para reclamar com o juiz, levanta para ir atrás da bola. A gente se joga muito, e o argentino se joga bem menos - disse Rizek.
Com a vitória sobre o Trujillanos, o São Paulo chegou a cinco pontos e está em segundo lugar, pois ultrapassou o River Plate no saldo de gols. Nesta quarta, os argentinos encaram o Strongest em Buenos Aires e podem ser líderes. Na próxima quarta, o Tricolor recebe o atual campeão da Libertadores no Morumbi.
Na opinião do chefe de jornalismo Carlos Cereto, o São Paulo fez uma grande apresentação, apesar da fragilidade do Trujillanos. O jornalista viu o Tricolor mais ofensivo, com Michel Bastos e Kelvin nas duas pontas, e acredita que, se repetir a boa atuação, vencerá o River.
- O Trujillanos é tão ruim que, se disputasse o Campeonato Paulista, seria rebaixado. Mas o São Paulo não tem nada a ver com isso. O São Paulo já enfrentou outros times sem qualidade e não jogou tão bem. Então, apesar da "ruindade" do adversário, o São Paulo jogou uma partida que há muito tempo não jogava. E jogou no ataque. Acho que essa foi a grande diferença, o Bauza soltou o time. O São Paulo foi para o ataque (...) O São Paulo vai conseguir jogar assim contra o River Plate? Se conseguir repetir esse futebol, vai vencer o River.

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Torcida decepciona no Morumbi, e Denis pede: "Precisamos deles"

Em partida importante, estádio recebe segundo menor número de torcedores num jogo de Libertadores desde que o Tricolor voltou à disputá-la com frequência, em 2004


para o segundo menor público no Morumbi desde que voltou a disputar a Libertadores com mais frequência, em 2004. Foram apenas 18.561 pagantes na goleada por 6 a 0 sobre o Trujillanos, da Venezuela. A partida era importante, pois um empate ou uma derrota complicaria as chances de classificação da equipe para as oitavas de final do torneio.
Antes de 2004, o Tricolor havia ficado nove anos sem participar da Libertadores. De lá pra cá, além deste mais recente, somente outros dois jogos no Morumbi receberam menos de 20 mil pessoas. Em 2007, 19.964 torcedores compareceram à partida diante do Alianza Lima, do Peru. No ano passado, houve 16.689 pagantes contra o Danúbio, do Uruguai. Curiosamente, esses dois confrontos também terminaram com goleadas são-paulinas, por 4 a 0.
Na próxima semana, dia 13, o São Paulo vai receber o River Plate, da Argentina, atual campeão da Libertadores. A situação é a mesma: só a vitória deixará o time com boas chances de classificação. A diretoria espera, até pelo peso do rival, que o público seja maior. Pensamento igual ao do goleiro Denis.
print são paulo facebook (Foto: Reprodução)
– Para este jogo (contra o Trujillanos) eu esperava até 20 mil torcedores, porque a equipe não estava em um bom momento. Jogamos muito bem. Tivemos qualidade, força de vontade e a postura da equipe foi muito boa. Tenho certeza que na semana que vem teremos praticamente o dobro dos torcedores apoiando, porque precisamos deles do nosso lado – disse o goleiro.
O clube também deu uma alfinetada nos torcedores em postagem no Facebook para convocá-los ao jogo contra o River Plate. Com foto de Calleri comemorando um dos seus quatro gols contra o Trujillanos, o Tricolor escreveu: "Cadê você aí no sofá? A gente avisou que era noite de Libertadores no Morumbi". 
Os valores dos bilhetes para o jogo diante do Trujillanos variaram entre R$ 30 e R$ 180. Houve relatos de torcedores com dificuldades para comprar ingressos online, problema admitido por dirigentes do São Paulo. A Total Acesso, empresa responsável pela comercialização, tem contrato de mais dois anos com o clube.
Torcedores apoiam o São Paulo contra o Trujillanos (Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net)

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Análise: recuo de Ganso e brilho pela esquerda dão vitória ao São Paulo

Meia muda movimentação do início de jogo, vai de encontro à bola e faz equipe jogar, principalmente com Michel Bastos e Mena, para construir goleada sobre o Trujillanos


O simples gesto de ir e vir definiu a goleada de 6 a 0 do São Paulo sobre o Trujillanos. Enquanto Ganso estava indo, se juntando a Calleri quase como um segundo centroavante, não houve como se aproveitar da frágil marcação venezuelana. Mas bastou ele começar a vir ao encontro da bola e participar do jogo desde o início para as coisas clarearem.
Não é que a fácil vitória tenha sido graças a Ganso. Seria exagero dizer isso. É que não havia mesmo ninguém melhor do que o meia para fazer a bola fluir com rapidez nos espaços do campo, principalmente do lado esquerdo do ataque.
Adiantado, Ganso era pouco efetivo, deixando o São Paulo com um grande espaço no ataque (Foto: GloboEsporte.com)
O movimento era simples. Na origem dos lances, quando a bola ainda estava nos pés dos zagueiros Maicon e Rodrigo Caio, Ganso deveria recuar e não avançar. Demorou alguns minutos para que isso acontecesse, e nesse período, a bola ficou sobrevoando o campo de ataque em tentativas infrutíferas de lançamento

 Recuado, Ganso foi importante para organizar as jogadas de ataque do São Paulo (Foto: GloboEsporte.com)
Ganso entendeu o jogo. Aproximou-se do triângulo que havia no lado esquerdo, com Mena, Michel Bastos e um dos volantes – ora Hudson e com maior frequência João Schmidt – para ajudar a construir a vitória. No campinho abaixo, do lado esquerdo, um triângulo é formado por Hudson, Mena e Michel Bastos. À direita, João Schmidt, Mena e Ganso desenham a figura com seus posicionamentos. Ambos os lances culminaram em finalizações dos dois volantes após rápida troca de passes. O voleio de Hudson passou perto, e a conclusão de Schmidt foi certeira.
Triangulações São Paulo esquerda Morumbi (Foto: Arte: GloboEsporte.com)
Costumam ser pela esquerda as melhores jogadas do São Paulo. A aproximação na direita, com Bruno e Kelvin, não é tão natural. Mesmo assim, o atacante se virou. Foi pra cima no mano a mano e, quando a bola estava do outro lado, sendo tabelada e costurada, Kelvin fez o movimento correto: entrou na área e fez o gol.
A cada gol marcado, o Trujillanos mandava para o espaço o pouquinho de organização que tentou levar ao Morumbi – chegou a marcar pressão no ataque no fim do primeiro tempo –, e o São Paulo tinha seu caminho mais facilitado.
As substituições e o desenrolar do segundo tempo, com 4, 5, 6 a zero (veja os gols no vídeo abaixo), "bagunçaram" um pouco o São Paulo. E isso deverá ser necessário, só que com maior sincronismo, nas próximas rodadas. Ainda que consiga ser envolvente, a equipe é estática no 4-2-3-1 de Edgardo Bauza. Há posições muito bem definidas. Isso é bom pelo lado do entrosamento e ruim pela previsibilidade.
Contra o River Plate, na semana que vem, e nas finais do Paulistão, será preciso ainda mais.

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Reconhecido só pelo pipoqueiro, Ceni vibra com 6 a 0 em volta ao Morumbi

Ídolo assiste a primeiro jogo depois da aposentadoria, tira foto com fã e confia em nova vitória sobre o River Plate para decidir vaga nas oitavas contra o The Strongest



São Paulo 6x0 Trujillanos teve um torcedor mais do que especial. Pela primeira vez, Rogério Ceniassistiu a um jogo no Morumbi na condição de ex-jogador. O ídolo cumpriu a promessa de estar presente nas partidas de Libertadores, feita no discurso de sua despedida, no dia 11 de dezembro do ano passado. Foi a estreia da equipe no estádio, que estava fechado para reformas no gramado.
Rogério Ceni Morumbi São Paulo Trujillanos (Foto: Arquivo pessoal)

Com um público de 18.561 pagantes, apenas um homem identificou Rogério Ceni em seu camarote no estádio, e ganhou uma foto de presente. Quem?
– Só o pipoqueiro me reconheceu (risos).
Maior artilheiro da equipe na história da Libertadores ao lado de Luis Fabiano, com 14 gols, Ceni saiu aliviado com a vitória do São Paulo e confiante por mais um resultado positivo diante do River Plate, na próxima semana. Para ele, a vaga nas oitavas de final será decidida em La Paz, contra o The Strongest, na última rodada.
– Foi muito legal retornar ao Morumbi e ver o Tricolor golear numa noite de Libertadores. Estou sempre na torcida pela equipe – disse.
Para se ter uma ideia da relação entre Rogério Ceni e o Morumbi, depois do amistoso entre os times campeões mundiais de 1992/93 e 2005, que marcou sua despedida do futebol, o goleiropediu, no círculo central, que, quando morresse, tivesse suas cinzas jogadas sobre o estádio.

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Goleada coloca Trujillanos e Calleri no livro dos recordes do São Paulo

Vitória por 6 a 0 contra a equipe venezuelana foi o resultado mais elástico do Tricolor em Libertadores. Com quatro tentos, argentino também bateu marcas



A goleada por 6 a 0 do São Paulo contra o Trujillanos, da Venezuela, nesta terça-feira, entrou para a história. Nunca antes o Tricolor havia conquistado uma vitória com tão larga vantagem de gols pela Libertadores. Além dos recordes do clube, a partida se tornará uma doce lembrança para o atacante Calleri. 
Antes de bater o clube venezuelano, as maiores goleadas do Tricolor em Libertadores foram as vitórias por 5 a 0 contra Jorge Wilstermann, em 1974, e contra o Bolívar, em 2013. Esta foi a maior vitória do Soberano neste ano, além do placar com maior diferença de gols, até então, desta edição do torneio sul-americano. A última vez que o São Paulo marcou seis gols em um jogo havia sido contra o Rio Claro, pelo Paulistão de 2014.
Calleri São Paulo Trujillanos Libertadores (Foto: Marcos Ribolli)

Com quatro gols contra o Trujillanos, Calleri tornou-se o jogador que mais marcou pelo São Paulo em uma única partida de Taça Libertadores. Antes do argentino, um brasileiro e um uruguaio dividiam o recorde. Palhinha marcou três contra o San José (BOL) pelo torneio sul-americano de 1992. Assim como Pedro Rocha contra o Jorge Wilstermann, pela Libertadores de 1974.
– Estou contente pelos gols, pela atitude do time. Prefiro que a equipe esteja bem, a mim estar bem. Se a equipe está mal, não vou fazer gols. Grande parte disso é da equipe. Fizemos um grande primeiro tempo, fizemos gols rápidos. Foi bom ter feito os gols porque aumentamos a diferença de saldo no nosso grupo – afirmou o argentino, que nunca havia anotado quatro gols em uma partida.
Apesar das vitórias e dos recordes, Calleri já está de olho no próximo confronto do São Paulo na Libertadores, contra o River Plate, na próxima quarta-feira, no Morumbi. Apesar de ser torcedor declarado do Boca Juniors, o atacante argentino não leva a antiga rivalidade para dentro de campo.

– É mais um jogo. Já joguei no campo do River por muitas vezes. Ganhei, perdi. Espero que a gente possa fazer um bom jogo e se classificar para a próxima fase da Libertadores – completou o camisa 12. 

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Calleri faz quatro, São Paulo massacra o Trujillanos e renasce na Libertadores

Com o resultado, Tricolor consegue sua primeira vitória nesta edição da competição e chega aos mesmos cinco pontos do River Plate, que ainda joga na rodada


O São Paulo não teve qualquer dificuldade para golear o Trujillanos na noite desta terça-feira (05 de abril), no estádio do Morumbi, manter-se vivo na briga por uma vaga nas oitavas de final da Copa Bridgestone Libertadores e, de quebra, ainda conseguir uma espécie de “redenção” de todos os atletas criticados durante a temporada.
O fácil 6 a 0 foi construído com gols de Calleri, quatro vezes, Kelvin e João Schmidt, chegando à maior goleada do clube na história da Libertadores. Antes, a marca pertencia a dois 5 a 0, que haviam ocorrido contra os bolivianos Jorge Wilstermann, em 1974, e Bolívar, em 2013, ambos no Morumbi.
Michel Bastos, nome mais perseguido pelos torcedores, participou do primeiro gol e teve seu nome gritado pela torcida ainda no primeiro tempo após dar um carrinho na linha de fundo e assegurar um escanteio. Calleri deixou sua marca três vezes e até converteu um pênalti – apesar de perder outro, João Schmidt e Kelvin, apostas de Edgardo Bauza, tiveram boas atuações. O torcedor, que voltou a sua casa na Libertadores, pôde se deleitar na agradável noite paulista.
Com o resultado, o Tricolor consegue sua primeira vitória nesta edição da competição e chega aos mesmos cinco pontos do River Plate. Os argentinos, porém, entram em campo nesta quarta, às 19h30 (de Brasília), contra o Strongest, no estádio Monumental de Núñez. Os bolivianos são os líderes do Grupo 1, com sete, sendo que o resultado vai determinar a briga são-paulina daqui para frente. Virtualmente eliminado, o Trujillanos tem apenas um ponto conquistado.
Na próxima rodada, a quinta da fase de grupos, os comandados de Patón receberão o próprio River, ainda com a responsabilidade da vitória para seguir firme em busca da classificação. O duelo será na quarta-feira, dia 13, às 19h30, no estádio do Morumbi. Um dia antes, Trujillanos e Strongest se enfrentam na Venezuela.
Intensidade x Fragilidade
Diante do pior adversário que enfrentou na temporada e certamente engasgado pelos vacilos no 1 a 1 disputado na Venezuela, o São Paulo não deu qualquer chance dos venezuelanos dificultarem o jogo. Logo aos 13 minutos de bola rolando, Michel Bastos descolou bom cruzamento pelo lado esquerdo e Calleri se desvencilhou da marcação para cabecear. A bola não saiu com força, mas foi no canto e o goleiro Pérez aceitou.
Animado pela facilidade com que os lances aconteciam, os anfitriões mantiveram o ritmo e não demoraram a ampliar. Cinco minutos depois, a equipe construiu uma boa jogada pela esquerda do ataque. Mena cruzou e Kelvin cabeceou livre, mas em cima do goleiro. No rebote, o são-paulino encheu o pé e carimbou o zagueiro, só que a bola já havia ultrapassado a linha da meta venezuelana.
Já tranquilo, o São Paulo passou a enfeitar um pouco mais as jogadas e conseguiu balançar a rede de forma mais bonita. Com tranquilidade, o time trocou passes pela esquerda. João Schmidt tocou para Ganso dentro da área, Mena deixou a bola passar e o camisa 10 rolou de volta para o volante. Quase na marca do pênalti, Schmidt bateu de direita, no canto esquerdo, pegando Pérez no contrapé e balançando a rede.
Quase que naturalmente, os são-paulinos diminuíram o ritmo e deram a posse de bola durante um pouco mais de tempo aos venezuelanos. Mesmo com algumas falhas aparentemente por desatenção, a defesa não teve trabalho para conter os avanços do rival e, até o intervalo, quem esteve mais perto de marcar foi o Tricolor, mas Pérez defendeu bom chute de Calleri em cruzamento de Kelvin.
Toca no Calleri que é gol
O São Paulo soube aproveitar o duelo para tirar o máximo possível que os venezuelanos ofereciam. Com o triunfo assegurado, foi a vez da “maldição dos pênaltis” começar a ser quebrada. No primeiro ataque da etapa final, Michel Bastos bateu escanteio e Calleri se enroscou com Paez. O juiz anotou pênalti e o próprio argentino pediu para bater. O atleta, que havia errado na partida contra o São Bernardo, no Pacaembu, bateu bem, no canto esquerdo, vencendo o goleiro Pérez.
Bauza aproveitou o cenário para poupar Rodrigo Caio. Único atleta pendurado, o defensor foi substituído pouco depois da penalidade para a entrada de outro contestado: Lucão, que fez seu primeiro jogo pelo clube após as más atuações diante de Corinthians e Strongest, ainda em fevereiro. Na sequência, Thiago Mendes substituiu Hudson e o garoto Lucas Fernandes pôde fazer sua estreia em duelos de Libertadores.






Quando tudo parecia só alegria, outro pênalti foi marcado. Aos 35 minutos, Calleri foi lançado em velocidade, limpou o goleiro e acabou derrubado pelo próprio Pérez. Na cobrança, não deixou Michel Bastos bater e mostrou confiança, mas viu o arqueiro venezuelano defender seu chute no canto esquerdo. Mesmo com a “maldição” aparecendo novamente, o argentino ao menos mostrou que a fase é melhor: no rebote, tocou de pé direito para o gol vazio.
Com fome de bola e ciente da possibilidade de estabelecer marcas históricas, o argentino não diminuiu o ritmo e ainda foi o responsável pelo sexto gol, seu quarto na noite. Em novo lançamento da defesa, dessa vez dos pés do zagueiro Lucão, ele colocou na frente, ganhou da zaga e, ao ver o goleiro embaixo da trave, colocou tranquilamente no canto direito e correu para o abraço da torcida, que bradava: “Ô, ô, ô, toca no Calleri que é gol”.
FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO 6 X 0 TRUJILLANOS
Local: estádio do Morumbi, em São Paulo (SP)
Data: 5 de abril de 2016, terça-feira
Horário: 21h45 (de Brasília)
Árbitro: Ulises Mereles (Paraguai)
Assistentes: Milciades Saldivar e Dario Gaona
Cartões amarelos: Mena e Maicon (São Paulo); Erazo, Pérez e Paez (Trujillanos)
Gols:
SÃO PAULO: Calleri, aos 13 do primeiro, aos 5, aos 35 e 41 minutos do segundo tempo, Kelvin, aos 18, e João Schmidt, aos 24 minutos do primeiro tempo
SÃO PAULO: Denis; Bruno, Maicon, Rodrigo Caio (Lucão), e Mena; Hudson (Thiago Mendes), João Schmidt, Michel Bastos, Paulo Henrique Ganso e Kelvin (Lucas Fernandes); Calleri
Técnico: Edgardo Bauza
TRUJILLANOS: Héctor Pérez; Granados, Luiryi Erazo, Cuevas e José Páez; Mendoza (Osorio), Maurice Cova, González (Nieves) e Carlos Sosa (Contreras); Rubén Rojas e James Cabezas
Técnico: Horacio Matuszyczk


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