"Fico feliz. Não esperava porque saí de um clube rival. Uns gostam e outros ficam com pé atrás. Foi arrepiante ouvir a torcida gritar meu nome", diz atacante
Kelvin recebeu a primeira ovação da torcida do São Paulo menos de quatro meses após sair do rival Palmeiras. O gol e a boa atuação na goleada por 6 a 0 sobre o Trujillanos, terça-feira à noite, no Morumbi, pela Taça Libertadores, proporcionaram a ele a experiência de ter o nome gritado pela maioria dos 18.561 tricolores no estádio. O fato aconteceu após a substituição por Lucas Fernandes, aos 22 minutos do segundo tempo.
– Eu saí do Palmeiras pela porta da frente. Fui campeão lá. Hoje os palmeirenses me encontram e brincam. Não tem ódio por mim. Uns elogiam muito, mas tem sempre uma meia dúzia que xinga, porque não sabe o que acontece no futebol. Isso é tranquilo. A torcida do São Paulo me acolheu. Fico feliz por isso. Ontem (terça-feira) foi arrepiante ouvir a torcida gritar meu nome quando eu saí – afirmou, em entrevista nesta quarta-feira, dia de folga do elenco, no CT da Barra Funda.
Entre críticas e elogios recebidos em abordagens de palmeirenses na rua, o próprio jogador se disse surpreso pela rápida identificação com o São Paulo. No rival, ele fez 23 jogos, um gol e participou da conquista da Copa do Brasil. Agora, soma duas bolas na rede em sete jogos com a camisa do Tricolor.
– Não esperava porque saí de um clube rival do São Paulo. Uns gostam e outros ficam com o pé atrás, mas fico feliz. Desde o momento em que entrei estou 100% concentrado no São Paulo. É mais do que obrigação fazer a nossa parte dentro de campo, com vitórias e gols, mas quando a torcida reconhece ficamos ainda mais felizes. Traz mais confiança – disse.
Assim como Wesley e Alan Kardec, Kelvin foi mais um a "pular" o muro do CT do Palmeiras para o do São Paulo, rivais vizinhos na Barra Funda, zona Oeste da capital paulista. Mas o atacante não sabia disso até o dia em que voltou de Portugal, onde foi se reapresentar ao Porto, para esvaziar seu apartamento no Brasil. Uma ligação telefônica sobre o interesse do Tricolor lhe poupou o trabalho da mudança e ele manteve a rotina. Só trocou o portão de entrada do CT verde pelo vermelho, preto e branco.
Agora titular no esquema 4-2-3-1 do técnico Edgardo Bauza aberto pela direita, Kelvin espera corresponder para não perder a vaga como Daniel e Centurión, testados no setor. Além das cobranças da torcida e no clube, ele convive com as críticas do pai Valdeci, da mãe Maria Lúcia e da irmã Fabiana para fazer mais gols. O conselho dos familiares veio à cabeça no momento em que completou o cruzamento de Mena contra o Trujillanos.
Confira outros trechos da entrevista com Kelvin:
Globoesporte.com: Como está se sentindo nessa adaptação ao São Paulo?
Está sendo uma adaptação rápida. Cheguei depois de todos e fico feliz por ter oportunidades agora. No começo não tive tantas. Fui convocado no primeiro jogo contra o Corinthians (derrota por 2 a 0). Entrei e infelizmente não tivemos um bom resultado. Depois não tive sequência no trabalho, mas também não estava preparado. O treinador foi bem nisso, porque me deu um tempo a mais para me adaptar ao clube, ao grupo e agora me sinto adaptado ao São Paulo. As boas atuações vêm demonstrando isso. Ajudam a me firmar.
Está sendo uma adaptação rápida. Cheguei depois de todos e fico feliz por ter oportunidades agora. No começo não tive tantas. Fui convocado no primeiro jogo contra o Corinthians (derrota por 2 a 0). Entrei e infelizmente não tivemos um bom resultado. Depois não tive sequência no trabalho, mas também não estava preparado. O treinador foi bem nisso, porque me deu um tempo a mais para me adaptar ao clube, ao grupo e agora me sinto adaptado ao São Paulo. As boas atuações vêm demonstrando isso. Ajudam a me firmar.
Você define o drible como sua principal característica de jogo?
Sempre foi meu estilo de jogo: ir para cima sempre. Aprendi muito quando saí do Brasil a parte da marcação. Antes eu não marcava ninguém. Jogava do meio para frente. Tive de aprender isso. Foi uma evolução boa. Hoje o professor Bauza pode contar comigo nesse aspecto também da marcação.
Sempre foi meu estilo de jogo: ir para cima sempre. Aprendi muito quando saí do Brasil a parte da marcação. Antes eu não marcava ninguém. Jogava do meio para frente. Tive de aprender isso. Foi uma evolução boa. Hoje o professor Bauza pode contar comigo nesse aspecto também da marcação.
Qual a orientação do Bauza para você?
Ele gosta que fique bem aberto para quando surgir a oportunidade ir para cima. Esse é meu estilo de jogo. Gosto disso, então caiu certinho, mas não posso deixar de trabalhar. Preciso continuar nessa pegada para me firmar nessa posição.
Ele gosta que fique bem aberto para quando surgir a oportunidade ir para cima. Esse é meu estilo de jogo. Gosto disso, então caiu certinho, mas não posso deixar de trabalhar. Preciso continuar nessa pegada para me firmar nessa posição.
Acha que ganhou a vaga de titular depois do jogo contra o Trujillanos?
Nosso time não tem titular. Todos tiveram oportunidades. Estou tentando agarrar a minha. O treinador vai colocar quem estiver melhor na posição. Passaram Rogério, Centurión, Wesley e Carlinhos, jogadores que estão lesionados. Ganhei a chance e quero estar presente.
Nosso time não tem titular. Todos tiveram oportunidades. Estou tentando agarrar a minha. O treinador vai colocar quem estiver melhor na posição. Passaram Rogério, Centurión, Wesley e Carlinhos, jogadores que estão lesionados. Ganhei a chance e quero estar presente.
Qual a diferença de jogar no São Paulo e no Palmeiras?
O Palmeiras é uma coisa e o São Paulo é outra. O Palmeiras faz parte do meu passado. Eu respeito, mas só penso no São Paulo. É uma pressão diferente. Nunca tinha jogado Libertadores na minha vida e pude fazer um gol. Já vi que a torcida do São Paulo é apaixonada. Não era o público esperado por todos na Libertadores, porque o São Paulo sempre teve públicos maiores, mas as 18 mil pessoas que estavam lá fizeram um barulho enorme que nos trouxe força.
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